sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sana


Finalmente saiu a viagem pro Sana!

O Sana é distrito de Macaé - RJ.Fica do lado de Casimiro de Abreu e de Rio das Ostras e é um oásis de cachoeiras e mata verde.

Existem inúmeros campings no Sana.Meu irmão ficou no Jatobá, dirigido pela simpatissíssima Leinha e com ótima infra-estrutura e boa localização.

Na frente do Jatobá, fica a Pousada Flor da Manhã, que,como a Pousada Sanadum, eu recomendo, por serem boas e baratas.

Geralmente eu resolvo tudo pela internet e pelo telefone quando fico no Sana.O site Portal do Sana sempre me quebra um galho nessas horas.

A passagem fica por conta da empresa 1001, saindo da Rodoviária Novo Rio, no Rio de Janeiro e fica em torno de R$ 25,00.



Dom Luís, no evento "Arraiá do Sana" e sua filha, Vitória da Glória. (reggae)


Eventos de capoeira, yoga, alongamento também aconteceram enquato estávamos lá. (julho 2009)


Rio Sana





"Escorrega"








Fotos tiradas por mim e pelo Nouveau @icnunes

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Paraty



Pequena cidade histórica no Litoral Sul do estado Rio de Janeiro, Paraty é belíssima de arrancar suspiros, tem o melhor artesanato, muita cultura e é a sede da Feira Internacional de Literatura.

Mais motivos pra ir não precisa, não é mesmo?

Sendo assim, Adriana, Fernanda e Janaína partiram nessa viagem.

Chegamos na Rodoviária e conseguimos pegar um ônibus clandestino, porque a última passagem tinha sido vendida ás 21h.

Fomos deixadas em um ponto em Angra dos Reis, depois de três horas de viagem. Lá, conseguimos pegar outro õnibus que nos deixou em Paraty.

Chegamos tarde da noite pra aí então, descobrir que tínhamos esquecido o endereço do hostel que eu tinha reservado pra sexta-sábado-domingo no Rio!!!

Ligamos pra irmã da Adriana que graças a Deus, nos deu o endereço, em uma ligação horrível.

Quando chegamos no Hostel Dom Quixote, descobrimos que o cara tinha reservado pra gente os dias de sábado, domingo e SEGUNDA! Rodei a baiana com o dono do hostel pelo telefone, que nem estava lá aquela hora. Argumentei com ele que nunca teríamos feito aquele tipo de reserva, pois todas trabalhávamos na segunda.

De qualquer forma, o cara tinha que arranjar estadia pra gente.Não teve jeito, os quartos estavam todos tomados e o nosso só vagaria no sábado ás dez da manhã.

O rapaz que atendia ainda permitiu que tomássemos um banho, recomendou que ficássemos no hotel em frente, mas sairia muito caro pro nosso orçamento.

Decidimos deixar nossas coisas no hostel e sair pela cidade pra curtir a noite.

Rodamos por bares, restaurantes, conhecemos o Centro Histórico quase todo ás escuras.Terminamos amanhecendo o dia andando perdidas pelas ruas, com os locais apontando a gente com o dedo.

Certo que o cara quebrou o trato e quando viu uns gringos oferecendo grana alta pra ficar uma noite só, cedeu o nosso quarto. Tanto que, enquanto dormíamos na sala de internet, pasmem vocês, o quarto liberou, ali pelas oito horas da manhã.

Dormimos um pouco e saímos pela cidade de novo. Voltamos só no fim da tarde, visitando todo o Centro Histórico. Como não tínhamos meios de locomoção, não conhecíamos ninguém e lugar nenhum, não exploramos tanto quanto poderíamos ou queríamos.

Na noite anterior, conhecemos um rapaz que trabalhava em um belo restaurante e que disse ter uma casa pra alugar, especialmente pra epoca da FLIP.Fomos conhecer a casa e adoramos, por mais humilde e suja que estivesse.Serviria pra acomodar todos os nossos amigos e mais e o preço que o cara pedia era atraente.

Pra quebrar qualquer mandinga, na hora da saída, Adriana não viu o degrau e caiu o tombo mais espetaculoso da viagem inteira!O cara juntando a menina do chão, que quase chorou porque quebrou os óculos de sol formam uma imagem indelével na minha cabeça até hoje.

Marcamos também uma viagem de barco pro di seguinte.O cara nos cobrou estrondosos 180,00 reais, mas fomos contentes porque foi o mais barato que conseguimos.E foi uma delícia, mesmo o sol tendo cooperado pouco. Entrar na água com aquele monte de peixes á nossa volta e ver Janaína dando piti porque eles estavam super perto, mas implorando pelo óculos pra poder ve-los também ainda me faz rir.

Aliás, eram três mulheres e um óculos.Três mulheres doidas e um óculos.Não saaiu briga porque os peixes é que pareciam muito excitados em nos ver então, deixamos o show pra eles.

À noite, decidimos ir à Trindade.Na rua principal, sem muita coisa pra ver.Estávamos cansadas mas queríamos conhecer as praias.Fomos a um reggae na Praia do Meio e ali perto ainda rolava um private.

Fizemos amizade com um bando de pessoas simplismente porque paramos no meio de uma estrada escura pra olhar um céu repleto de estrelas e uma lua com uma auréola maravilhosa, que aparentemnete ninguem via mas só a gente.Colocamos umas vinte pessoas pra olhar pro alto, embevecidas e se perguntando porque aquilo acontecia.,

Dei uma explicação estapafúrdia que todo mundo tomou como verdade e eu tomei como elixir de riso.

Um carioca que nos deu atenção nos acompanhou aé o reggae e lá ficamos conversando.Ele fazia Direio também, mas eu acompanhada de uma aluna de Letras e outra de Publicidade, nem queria saber daquilo.O cara saiu fora logo depois.

Isso aconteceu depois que as três malucas perderam o último ônibus de volta a Paraty (municipal), que sai ás 23h, olhando bijuterias na feirinha!Ficamos com uma raiva absurda de nós mesmas mas agora só os restava morrer de sono.

Não tínhamos pique pra festa, então decidimos ir pro boteco sentar em uma mesa pra dormir um pouco.E ai foi que todos os paulistas habitantes do local resolveram tentar nos acordar.E daí vem a nossa ojeriza momentãnea de paulistas que nos perseguiu noite afora e manhã adentro.

De manhã, fomos ao ponto de õnibus, que demorou horrores. O ônibus foi lotado pra Paraty, com o que sobrou dos humanos que frequentaram a private e o reggae.

Quando fomos bater em retirada, o atendente do hostel veio nos falar que como tínhamos ficado um dia fora do pacote (por erro deles), deveríamos pagar outra diária.

E foi aí que nós metemos o pé e terminou nossa aventura pra Paraty.

Curtiu?

Da próxima, nada de hostel, fikdik.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Hotéis no Rio de Janeiro


Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades"


Sempre que o avião se aproxima de casa, escuto essa música no rádio mental.

E só depois que a @camillaconde me pediu dicas de hotéis baratos no Rio é que me dei conta de que "Opa!Eu moro numa baita cidade turística!"

Deve existir uma profusão de sites com dicas de turismo aqui mas de qualquer forma, penso em colocar algumas minhas eventualmente.

Por ora, atendo o pedido da Camilinha!

Encontrei dois hotéis legais próximos à Lapa e a um pulo do metrô, o que facilita pra quem quiser curtir uma noite de sexta ou se aventurar pela Zona Sul (Flamengo, Botafogo, Copacabana) no fim de semana.

O Itajubá Hotel tem diárias para solteiro de R$120.00 de segunda à quinta e de R$ 102,00 de sexta à domingo, com café da manhã incluso.O hotel conta com serviços de guarda-valores e lavanderia e os apartamentos tem TV a cores, banheiro, ar-condicionado e telefone.

É um pouco mais simplezinho, mas muito charmoso.

Já o Windsor Asturias, próximo dali tem mais atrativos e por isso, é um pouco mais caro.Conta com piscina, sala de ginástica, bar e restaurante a serviço do hóspede.Mas daí eu penso: quem vai ir à sala de ginástica quando está em férias?Só alguém muito fit mesmo...rsrs.

Os apartamentos tem ar-condicionado central,TV à cabo, frigobar e telefone.

As diárias single:

Standard => R$ 187,00
Superior (um pouco maior que o anterior e melhor vista) => R$ 205,00
Superior Executivo (maior ainda, melhor vista e com hidromassagem) => R$ 225,00

Todos as diárias tem taxa de serviço de 15% sobre a diária.

Tem internet wireless e à cabo.Por minuto, R$ 0,16 e por dia, R$ 25,00, ambas com taxa de serviço de 5%.

Os valores da diária podem ser negociados em caso de reserva antecipada.

Achei os valores das diárias razoáveis.

Contatos:

Itajubá Hotel

Rua Álvaro Alvim,23
Cinelândia
PABX:(21) 2212-0011
FAX: (21) 2240-0188

Central de Reservas; (21) 2210-3163/ 2220-0188
http://www.itajubahotel.com.br
E-mail:itahotel@openlink.com.br

Windsor Asturias

Rua Senador Dantas, 14, Cinelândia
Tel: (21) 2195-1500
FAX: (21) 2195-1515
Falar com Bárbara
http://www.windsorhoteis.com
Email: reservas.asturias@windsorhoteis.com.br

Mas turistas, cuidado com a região nos fins de semana.Como é meio centro financeiro por ali, fica cheio durante a semana mas é vazio nos findis.Atenção ao sair com câmeras fotográficas e objetos de valor, não os deixem à mostra.

A Cidade é Maravilhosa, mas malandro ainda é gatuno.

O Retorno

08 de maio

O ônibus que vai a Campo Grande sairia ás 11:00 e está atrasado.
Não consigo ligar pra casa, mandar SMS, tuitar.
Meu primo, que está de folga do seu trabalho, se oferece pra nos levar á capital, que fica á 130km dali.
Pedi reembolso das passagens, dei o dinheiro a ele pra colocar gasolina e lá fomos nós.
Paramos em um posto de gasolina pro almoço.
Quando fui pagar, no caixa do posto, fora do restaurante, dois policiais que dali saíam me gritaram;
-E daí, guria?
Meio ressabiada, passei direto. Ouvi eles dizendo “ih, não é ela, não...”.
Fiquei rindo deles. Devem ter pensado que eu era alguma conhecida. Os males de ter um rostinho comum rsrsrs.
Ainda falei pro pessoal “devo lembrar alguma puta de beira de estrada que eles vivem prendendo, por isso, as intimidades.” =P

Remarcamos o vôo, pois nossa partida se daria em Cuiabá, no domingo.
Esse capricho nos custou R$ 305,00 a mais além da taxa de R$ 30,00.
Aos fins de semana a procura por voos aumenta e os preços também, no entanto, a diferença a se pagar seria de R$ 247,80 se viajássemos no sábado, R$ 68,oo de diferença. =/
Até pensamos em ficar mais um dia e conhecer Campo Grande, porque do pouco que eu vi, a capital do MS é mais bonita que Cuiabá, mais organizada também. Mas o que gastaríamos com táxi e hospedagem não valeria a pena ficar. Pegamos o voo pra sexta mesmo.
Ficamos sabendo que a Webjet vai passar a trabalhar com milhagem a partir do ano que vem, o que é muito bom, pois as aeronaves estão cada vez melhores e as tarifas aéreas estão mais baratas que as da concorrẽncia.
Mas estou ansiosa pra ver as tarifas da Azul também e claro, pra viajar de novo! 0/

Fogo de Chão

Á noite, me peguei sentada na humilde casinha da Chácara Santa Helena, nome dado pelo meu primo em homenagem a sua mãe, que já faleceu, descascando pinhões, ouvindo música sertaneja, bebendo cerveja, enquanto minha mãe, meu tio e meu primo conversavam lá fora, bebendo e assando uma costela em fogo de chão.
A noite era clara da lua cheia e pintalgado de estrelas o céu.
Sem o conforto excessivo da casa de meu tio em Campo Novo, sem acesso á internet, mas contando e ouvindo histórias, rindo, conversando.
E só então, depois de dias de viagem, é que me senti em casa.
E cantando as músicas que tocavam no rádio, o diacho do sertanejo universitário =P.Aquilo é uma lavagem cerebral! hahahaha

Aventura

07 de maio de 2009.

Aguardamos na faixa, como dizem os gaúchos. Na beira do asfalto, no pé da fazenda era onde passaria o ônibus pra São Miguel.
Quando compramos a passagem é que nos demos conta de que seriam 14 horas de viagem de ônibus.
Já tínhamos ligado pro meu primo contando da nossa chegada, não tinha mais como desistir.
Ainda pensamos em saltar em Cuiabá e desistir, mas ainda bem que não o fizemos.

O taxista não sabia aonde era a nossa parada, o Assentamento Campanário.
Pra quem não sabe, assentamentos são as áreas rurais cedidas pelo governo aos militantes do MST que tem pré-requisitos para nelas trabalhar, como resultado da Reforma Agrária que foi empreendida no país.
Meu tio é um desses ex-militantes que receberam terras por um valor simbólico, valor este que ele mesmo ainda não acabou de pagar.
Nos 14 km que separam a cidade de São Gabriel d'Oeste do assentamento, vi emas comendo insetos no meio do milharal. Achei aquilo impressionante, mas não consegui tirar fotos, passamos muito rápido e o meu deslumbramento foi muito grande =/
Ainda perguntei ao taxista se elas ficavam soltas mesmo por ali.
Meu primo depois confirmou que sim e que ás vezes é perigoso andar pela BR 163, onde estávamos, porque elas andam em bando e se uma se separa, corre na direção do bando sem se importar com o movimento na estrada, que é intenso, especialmente nas épocas de feriados e festas.
O taxista nos deixou na beira da estrada e meu primo veio nos buscar. Eu ria da minha mãe, num vestido longo e muito colorido, fugindo de um abelha quando meu primo chegou.

***

As terras cedidas pelo Estado aos assentados são inalienáveis.
No entanto, muita gente faz uma espécie de doação das terras no INCRA e o dinheiro passa por debaixo dos panos.
Isso acontece muito e provavelmente com a ciência do INCRA.
Mas isso meu tio não quer fazer. Ali ele planta mandioca, abóbora, moranga e bananas.Ele é feliz ali.
É impressionante como nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul qualquer coisa que se plante produz.
Até agora, as coisas mais lindas que já vi por aqui além das planícies sem-fim foram as plantações de algodão e girassol.
Dói, no entanto, saber que muito foi desmatado para que essas plantações existissem.
Talvez por isso o governo agora quer que os assentados reservem 20% de suas propriedades para área de preservação ambiental.
Isso dá 4 hectares para meu tio, que não poderá cercar a área e nem produzir nada ali. As mudas serão cedidas pelo governo e serão somente de árvores nativas.
Meu primo diz que é ruim perder área de produção, mas que isso é uma boa iniciativa. Concordo, Neuri.

Cachoeiras?Quem dera!

05 de maio de 2009.

Em uma visita á Campo Novo paramos em uma lojinha de roupas.
De fato confirmei o que o @kakoholden, do twitter me disse: as coisas por aqui são muito caras.
Mas me serviu de alguma coisa a visita à lojinha. Conheci uma moça que, entre um semestre e outro da faculdade em BH, trabalhava na loja e me deu dicas de passeio.
Me disse ela que a 16 km de Campo Novo do Parecis há um balneário, onde passa um rio e tem uma cachoeira, decerto pequena. No balneário os veículos não pagam pra entrar mas os visitantes pagam cada um R$ 3,00.
Pena que amanhã, ao meio-dia, estou num ônibus em direção á São Gabriel d'Oeste, pra visitar o irmão da minha mãe.
Não que isso seja mal, lá pelo menos tem sinal no celular \o/ , mas fiquei tentada a descer os 16 km e ver qual era da cachoeira.

Conversas

Meu tio, seu cunhado e eu discutimos a última briga entre o Ministro Barbosa e o Min. Gilmar Mendes, já que o último é cria de Diamantino-MT, de onde teriam saído os jagunços de que o Min. Barbosa falou em rede nacional.
Disso fomos parar em uma reclamação trabalhista que meu tio responde em que ele alega ter pago todas as dívidas rescisórias, versão essa combatida pelo Autor.
Perdeu meu tio em primeira instância, o que ensejou penhora de um trator velho. O trator foi á hasta pública e não foi penhorado por falta de comprador.
Acho que eu nunca vi disso no Rio de Janeiro, de não executar a sentença por falta de quem adquira o bem penhorado. Ainda mais penhorar um trator velho.

Vendo fotos da ExpoDireto*, em Não-Me-Toque-RS, onde mora toda a família da minha mãe e minha base de operações quando vou pro Rio Grande do Sul, todos comentam como a cidade está crescendo e tem fama internacional.
-É verdade, eu digo, mas também com um nome desses...
Alguns riem, mas penso que forçosamente.
Um dos convivas acha o comentário descabido, eu acho.
-Vocês falam, mas é a capital da agricultura de precisão.**
Fiquei na dúvida, mas fica pra depois essa pergunta, pensei.
Me lembro de ter pego alguns folhetos sobre a cidade na prefeitura no ano passado e acho que falava algo disso. Li a respeito, mas não entendi muito bem. Eu não entendo muito de agricultura, da minha família a única que mexeu com isso foi minha mãe e durante pouco tempo, pois dos dez filhos ela é a caçula.
O que eu também não entendo também é porque o Rio Grande do Sul é um estado tão desenvolvido e o Mato Grosso carece de tanta coisa, se o celeiro nacional é o Mato Grosso.

*A ExpoDireto é uma feira de pecuária ,agronomia e agricultura que ocorre todos os anos em muitas cidades gaúchas e que é sempre evento na cidade, gerando muitos empregos e circulação de renda.

**Agricultura de precisão é aquela em que, utilizando-se de maquinário específico, munido de GPS capaz de identificar os taliões de solo que necessitam de mais ou menos adubação, dependendo da análise de amostragem do solo, é possível produzir mais com menos investimento, aumentando assim a margem de lucro sem aumentar a área de produção. Tendo em vista que no Rio Grande do Sul a ausência de terra para cultivo é grande hodiernamente, sendo um palminho de terra disputado à tapa, essa é uma técnica muito utilizada por lá, técnica essa que se espalha também aqui pelo Mato Grosso.

Pão de queijo

Na volta, olhamos o pomar da minha tia e voltamos carregadas de mamões, mandioca, graviola, acerola, figos.Minha tia planta de tudo e leva isso muito a sério. Usa até agrotóxico,um do tipo muito caro e que faz meu tio reclamar do preço.
Sentamos pra comer pão de queijo, herança que minha tia trouxe de Minas Gerais – moraram lá por 15 anos – mas que sua irmã alega que é receita da minha vó. Confirmo com a minha mãe.Tudo que é da minha vó muito me interessa. Achei sempre ela uma mulher muito guerreira em criar dez filhos em tempos difíceis, especialmente para as mulheres, em um estado machista como o nosso, que discriminava até as mulheres inteligentes como minha vó.
Ela cuidava da casa, ordenhava as vacas da fazenda e ainda lavava roupa pra fora, o que lhe permitia comprar seus próprios cigarros e seu batom.
Naquela época, uma mulher de família que se pintava e fumava era bastante incomum na roça, segundo minha mãe.Até do fato dela ter sido desbocada me orgulho. rsrs

Campo de Girassóis




Fomos dar uma volta de carro pela fazenda.
Tio Cláudio planta apenas soja e agora estamos na entre-safra e os campos estão com a sua cobertura natural.
Quando olhamos pro lado, minha tia explica que os vizinhos ali plantam milheto, milho pra pipoca e girassol. Que o milho de pipoca vai todo pra exportação , inclusive pros EUA e que Campo Novo do Parecis tem a maior produção de girassol do país. Os campos de girassol são belíssimos, especialmente ao meio-dia, quando as flores, buscando a luz, viram a cabecinha pro alto.
Dentro da caminhoneta mesmo nos servimos de um chimarrão. Embora cada uma more num canto, todas as irmãs de minha tia, descendentes de alemães, são gaúchas “matistas”, como elas dizem.
Servem o chimarrão curto, com pouca água, pra não virar. Rose,irmã de minha tia, solta uma máxima gaúcha :” não é pra viúva, mas o mate é mal-servido, pra não virar”.
Pedi a minha mãe porque o mate de viúva é mal-servido.
-Porque delas falta um pedaço.
Achei isso romântico.
Depois falam que os gaúchos são frios. Sempre achei as músicas gaúchas tão românticas...
A que eu acho mais bonita é a “Nós”, do Oswaldir e Carlos Magrão. Mas é porque conheço poucas. Tenho algumas na memória, das quais parcamente me lembro da melodia e provavelmente nunca saberei de quem são ou quem as canta.

São Gabriel?

Ainda estamos pensando se vamos a São Gabriel do Oeste visitar meu tio.
São Gabriel fica longe, mas meus tios dizem que é pouco.Para os matogrossensses em geral, se algo fica a 100 km, é “logo ali”.O estado é muito grande e pouco povoado, as noções de distância são totalmente distorcidas.
De boa, já to com saudades do meu irmão e da minha casa, mas acho que só me sinto assim porque ainda não vi o dia raiar nessa fazenda linda.

Acordei desanimada, um pouco resfriada.
Dentro da casa os homens se dividem das mulheres. Enquanto um grupo assiste o jornal e comenta as notícias o outro senta na cozinha discutindo receitas e afazeres domésticos e eu, sinceramente, não sei onde me encaixo.
O que me animou foi assistir, pasmem, o canal do Boi e ver que o valor da saca de soja cambial subiu para R$ 24,90. Já perguntei ao meu primo o que influenciava essa subida no que ele me respondeu que muita coisa já que se tratava da Bolsa de Chicago.
A seca no Rio Grande do Sul nada teria a ver com isso.
A agricultura é um negócio muito bonito.
Lembrar do meu avô dizendo pra mim e só pra mim, enquanto caminhávamos na beira da lavoura que gostava muito de olhar as plantas crescendo e me explicando quando elas estavam mais bonitas é uma lembrança quase pueril e poética que eu guardo dele.
Mas basicamente é um negócio muito arriscado, em que dependemos mais da boa-vontade das intempéries do que da do agricultor.

Ressaca

Almoço de família no dia seguinte, uma diversão só, todo mundo me zoando porque caí na piscina de vestido,e o meu primo que passou mal por conta da tequila, que foi ao chão no fim da noite graças a uma mesa empenada.A garrafa tava cheinha ainda...
Parte da família se despede porque vai voltar à fazenda do meu tio e nós vamos junto. Seis horas de viagem de carro, incluindo aí uma parada pra jantar, que demorou a beça, em Tangará.
Lá, uma penca de corinthianos comemorava alguma vitória em algum jogo do qual não tomei a mínima ciência, no meio de alguns flamenguistas-gatos-pingados.
A viagem foi muito cansativa, com ressaca no talo e eu me desesperando porque perdia o sinal do celular toda hora.
Viciada total, já tava tremendo por ausência de conexão com a internet.
Pouco antes de chegar em Campo Novo do Parecis, aponta a sede da fazenda do meu tio.
Casa, afinal.Banho, cama.
Mas nada de internet e celular não pega.
Um dos sobrinhos teve que sair com o carro pra poder ligar pra namorada, à cata de sinal.
Foi a única vez que vi o cara puxar o celular, diferente de mim que dormi com o meu na minha mão...que vergonha.
Agora, sem sinal, conexão ou coisa que o valha é que consegui escrever como foram estes quatro dias de viagem.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O casório

O casamento foi na Igreja Mãe dos Homens, em frente a uma praça, no Centro.
Confesso que calculei na minha cabeça se ficar na feirinha de artesanato não seria mais divertido do que ouvir o padre falando durante uma hora, mas aí uma duplinha começou a cantar “Beijinho Doce” no meio da praça e eu achei que era melhor dar bom uso ao meu vestido.
A recepção foi deliciosa, dançando de tudo, até musica gaúcha com meus primos e com a noiva.Pelo menos dessa vez eu não paguei o mico de miacabar chorando no fim da festa, mas em compensação meu primo me atirou na piscina de vestido e tudo.
Fui dormir com o sol na cara, conversando com meu primo,a esposa dele e a esposa de um outro, batendo o queixo de hipotermia.
O ar-condicionado no quarto bombava, como em todo lugar em Cuiabá.
Nós chegamos aqui com 30 graus, o que pra eles é “inverno”.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Hotel-Fazenda

Ficamos no hotel-fazenda Mato Grosso, que é próximo desse shopping e é uma delícia. Piscina, vários salões e salas de conferência e conexão wi-fi na beira da piscina, gratuito.
Vários eventos ocorriam durante o dia, e na noite do casamento, eram três deles acontecendo ao mesmo tempo.
A energia elétrica no quarto vem quando vc coloca a chave em um receptor na parede, ou seja, qdo o hóspede não esta lá, não há gastos desnecessários. Achei isso bem legal.
As crianças enlouqueceram com um mini-zoológico, mas eu achei triste ver a onça enjaulada. É um bicho lindo demais, assim como as capivaras,emas e jacarés, pra não viverem no seu habitat natural.

As diárias double do hotel ficam em R$ 165,00.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

No shopping

Fomos jantar no shopping Três Américas e eu curti as estátuas que falam sobre a cultura cuiabana. Aqui tem muita referência á comunidade indígena.
Cuiabá é uma capital bem provinciana e quem fala que é feia é cego, existem muitas belezas na cidade sim.Não é nada cartão postal,não, mas a beleza está nos olhos de quem vê e eu consegui ver beleza nas casinhas do Jardim Europa, bairro predominantemente habitado por estudantes, já que tem uma faculdade e o Hospital Veterinário logo ali, onde a minha prima se formou e me deixou morrendo de inveja. Até ela veio me perguntar como que eu escolhi Direito se eu sempre quis ser veterinária.

Vai saber...

Acabou que não visitei o Pantanal, shopping, e o Café Cancun, passei só na porta na saída do casamento. Mas mesmo assim, valeu a pena!

domingo, 10 de maio de 2009

Chegando em Cuiabá

O aeroporto de Cuiabá, que na verdade fica em Várzea Grande, município vizinho-colado, é pequeno, simples e tava lotado, mas meu primo e sua família nos avistaram de longe.
Dez anos se passaram, mas graças ao orkut, dá pra ter uma idéia de quem é filho de quem. E é complicado, meus tios tem quatro filhos e oito netos e os filhos ás vezes trocam de mulher mais rápido do que trocam de carro.
Na parte comportamental a gente repara que a maioria dos homens são machistas e possessivos, mas nem dá pra culpar os cuiabanos, pois desconfio que 30% da população é de gaúchos que vieram trabalhar aqui e formaram família e uma vida inteira.
Em todo lugar há referências do Sul.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mais uma jornada

Só quando eu já estava no ar é que me dei conta da conexão em nosso voo.
Parece que muitos voos que vão para o MT fazem conexão em Brasília, mas nós ficamos três horas andando pelo aeroporto gigantesco da capital do país.
Os pés coçavam de vontade de entrar em um táxi e conhecer pelo menos a Esplanada dos Ministérios ou o Palácio do Itamaraty que, segundo uma moça que trabalha no aeroporto no quisoque da Vivo, fica perto dali e dependendo do trânsito poderíamos chegar lá em meia hora.
Mas fiquei com medo de arriscar e achei melhor fitar o cerrado dos janelões do terraço do aeroporto, onde comemos bem e baratinho.


Só se falava na gripe suína pelos aeroportos, se alguém fizesse a mínima menção de espirrar acho que ANVISA tava caindo encima.
Olhei pro lombinho servido no restaurante com desconfiança.

domingo, 19 de abril de 2009

e foi dada a largada

Passagens compradas pela Webjet, acabou sendo mais barato.
O @kakoholden, pelo twitter, me passou algumas dicas de points em Cuiabá.
O shopping Pantanal e o Café Cancun, uma boite.
Expliquei a ele que não sou muito de shoppings, mas vale a pena conferir pela beleza do local e das pessoas, segundo ele.
De qq forma, ainda vejo essa viagem como visita á família e enfurnação no meio do mato (fazenda do meu tio), o quê pra mim é necessário de tempos em tempos.

A gente sai da roça, mas a roça não sai da gente.E ficar muito tempo longe dela dá coceira. =D

Cuiabá, aqui vou eu! ^^

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cuiabá

Lembrando que as passagens da GOL pra Cuiabá promocionais são para permanência mínima de dez dias, o que indica uma nova mudnça de planos da viagem.

Cara, adoro isso! Mas eu temo planejar demais.Sempre que eu planejo demais dá alguma merda federal, tipo a viagem de Paraty. Um dia eu conto essa, nossa!

Só aviso isso; se for á Paraty. não vá ao Hostel Dom Quixote.Mas, se for, vá com amigas sensacionais!!!

Dri, Jana, só vocês mesmo!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mudança de rumo

Folgas marcadas, scraps trocados, tudo confirmado.

Juliana, minha prima, vai casar.

E nós vamos à Cuiabá pro casório!

Passagens mais baratas até agora na GOL.

Sem falar do lance das milhas...estamos correndo atrás de umas parcas milhas que temos pra ver se conseguimos dar uma barateada.

Ai,ai,ai, ser assalariada e gostar de viajar são coisas meio contraditórias ás vezes! kkkkk
Mas isso a gente tira de letra com boa vontade.

E eu não conheço Cuiabá. Tô animada!

Ju, tamos chegando, xuxu!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Viagem pra dentro

A viagem mas significativa que fiz até agora foi a primeira vez que viajei completamente sozinha pro Rio Grande do Sul pra visitar a minha família.

Foi há mais ou menos um ano, em julho do ano passado, se não me engano.

Eu queria muito rever a minha terra natal como eu a deixei, gélida. Afinal, cheguei no Rio de Janeiro em 30 de julho de 1996. Era alto inverno quando saí de lá.

Peguei o ônibus da Pluma na Rodoviária Novo Rio ao 12:00h e ás 13:00h já me sentia outra pessoa, tão livre e serena que eu estava.

Pensei em tantas coisas, andando pelas cidades embaixo de chuva, com uma mochila nas costas que abria pelo caminho, derrubando meus tênis e minhas toalhas oO, guarda-chuva na mão, botas encharcadas, esperando em rodoviárias pequeninas nas quais os locais conversavam alegremente, apesar do tempo feio e de estarem encapotados em casacos enormes (e eu tb!!!).

Mesmo assim, foi uma viagem deliciosa, em que reencontrei a família inteira e minhas amigas dde infãncia. Noites dormidas em lençois térmicos e conversas sem fim, a fim de colocar 10 anos de distância em dia. (Cindia, que saudades de você, minha flor!)

Festas no meio do mato em uma serra perto de Santa Maria, toda encapotada porém quente de vinho e uísque, só assim pra que eu, minha prima e seus amigos aguentássemos o frio.

Manhãs de geada e noites de neve.

Dias e noites de muito pensamento.

Foi o início da maior jornada da minha vida: a viagem pra dentro de mim mesma.

Nesse ensejo, é bom dizer que se alguém quiser ir de ônibus pro Sul,a Pluma, no Rio, oferece passagens em torno de R$ 195,00, com saídas sempre ao meio-dia, mas não todos os dias da semana, por isso é bom checar o site.

Tem vários destinos, inclusive pra fora do país, e o mais interessante é a compra online e o atendimento online, que são excelentes!